Veritas Interage

sábado, 26 de setembro de 2009

Ontem, ao verificar os comentários do post "Pensando em Comunicação", postado antes de ontem, me deparei com o seguinte:

" '...não devemos reter demais as informações e nem divulgá-las largamente, devemos achar um equilíbrio que satisfaça a demanda do público interno por informações sem afetar a estratégia da nova empresa.' Em outras palavras, não se deve reter tanto para que o colaborador seja informado pela imprensa e também não se deve transparecer tanto para que o colaborador não perceba a insegurança da direção no processo.' Será que matei a charada?"

Depois de discutir com os demais membros da Equipe Veritas, decidimos "comentar o comentário", até porque uma das características principais de um blog é a possibilidade de interação virtualmente imediata com os leitores. Então segue a explicação.

Não podemos, EM HIPÓTESE NENHUMA, permitir que a fonte de informação do funcionário sobre o processo de Fusão/Aquisição seja a imprensa. É imprescindível que a própria empresa se torne a fonte de informação oficial sobre esses processos.
Neles já é natural que que os funcionários se sintam inseguros e temam por seu trabalho e isso só piora se a Comunicação Interna e os líderes não os orientarem adequadamente, podendo gerar Medo Organizacional exacerbado, desmotivação nociva aos negócios e, em última instância, isso pode se tornar mídia negativa caso o tratamento dispensado a esse público tão importante caia na boca da imprensa.
Por questões de arquitetura e organização da informação e da comunicação, seria prudente, inclusive, trabalhar a Comunicação Interna em duas linhas paralelas e complementares: de um lado a demanda de Comunicação usual do dia-a-dia e do outro a Comunicação referente ao processo de Fusão/Aquisição.

Por outro lado, também não devemos assumir um caráter de "overshare": a Comunicação deve atuar se balizando no discurso organizacional da nova empresa e informar o público interno quanto à conteúdos realmente relevantes a eles e que não prejudiquem os negócios da empresa.
Num processo de Fusão/Aquisição, qualquer informação de cunho estratégico divulgada antes da hora pode arruinar o negócio.
Suponhamos, por exemplo, que após uma Fusão a empresa decida aumentar a porcentagem de comercialização de suas ações na Bolsa a fim de captar recursos para investimentos e melhorias. Se essa informação, tão fundamental para o negócio que tem inclusive um órgão regulador - a CVM - for divulgada de forma negligente mesmo dentro da empresa, isso pode gerar especulação na Bolsa e impactar fortemente a estratégia de negócios da nova empresa.

Portanto, a Comunicação e o board da empresa devem estar alinhados quanto ao caráter estratégico ou não das informações para não afetar o negócio e as estratégias.

Ademais, agradeço em nome de toda a Equipe Veritas pelo comentário e interesse.

Obrigado e continue comentando.

Por Marcelo Maruoka

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